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Amanda Flora

REcomeçando do zero , que desafio


Eu criei esse blog no início da minha gravidez e ele me trouxe muita coisa boa, eu sentia que eu realmente amava o que eu fazia. Acordava cedo com vontade de criar, com vontade de fazer ele acontecer. Ganhei um super retorno das pessoas que começaram a me seguir, foi ótimo sentir que eu também estava ajudando outras mães e principalmente mulheres. Mas depois por conta de dinheiro tive que voltar a trabalhar com publicidade. Foram alguns anos trabalhando num mercado que já não me fazia sentido, com prazos inexistentes, demandas altíssimas, eu era boa no que eu fazia, mas estava tendo ataque de pânico todos os dias. Com todas as entregas de trabalho que eu tinha, eu ficava ansiosa com os feedbacks, eu estava doente e nem percebi. Tive um surto emocional em outubro do ano passado onde fui internada na UTI com suspeita de AVC, tanto era meu desgaste emocional, e mesmo internada eu trabalhei. Era insano, não fazia sentido e minha saúde estava falhando rapidamente. Eu naquele looping de ganhar dinheiro e me sentir útil em fazer alguma coisa, ter um emprego, não percebi nada disso. Comecei a beber mais do que eu devia também e isso começou a causar terremotos no meu relacionamento, obviamente. Entrei para terapia, duas vezes na semana, achando que ia resolver meu problema de ansiedade e insatisfação com minha vida, que ia me trazer clareza rapidamente, e percebi que eu tinha um longo caminho pela frente ainda, mas que eu não estava saindo do lugar. Comecei a me autossabotar no trabalho, não entregar as coisas direito, fazer pela metade, não responder mensagens, sumir e sem surpresa nenhuma fui demitida. Lembro que sentei com meu marido e chorando que nem um macaco velho, senti muito pena de mim. Eu fingi que eu não entendia o que havia acontecido, responsabilizei meu chefe, me coloquei no lugar clássico de vítima, afinal eu sempre fui uma ótima funcionária e não podia perder o emprego. O dia seguinte da demissão fiquei jogada no sofá, chorando mais um pouco, encolhida, quase que em posição fetal, preocupada com o que eu ia fazer dali pra frente e foi então nesse mesmo dia que eu me dei conta de que eu era responsável única e exclusivamente do que tinha acontecido comigo. Senti culpa, me senti uma completa perdedora, me senti péssima, mas de alguma forma me senti livre também. Meu marido me deu a mão e disse que ia ser pro melhor, que a gente ia dar conta dessa fase juntos, que tudo ia ficar bem. Eu, no turbilhão de emoções, agarrei essa afirmação dele e decidi que eu ia parar de sentir culpa e usar esse momento como uma oportunidade de fazer o que eu sempre quis, que era escrever e continuar meu blog. Ainda assim, sempre fiquei pensando na grana, claro, e me dispus a pegar alguns jobs freelancers para cobrir meu custo mensal de vida. Acontece que nem sempre as coisas acontecem como esperamos, dois freelas feitos e depois disso não veio mais nada. No money. Para piorar, quem disse que fiz alguma coisa de útil nessas duas semanas pós-demissão? Não, pelo contrário, não fiz nada e ainda magoei meu marido por um exagero de bebida novamente. Ai a coisa pegou, eu agora não tinha emprego, não tava recebendo nenhum freela, não tinha feito nenhum avanço no meu blog e pior, bebi o que eu não devia. Foi então que percebi que eu precisava mudar o foco, me responsabilizar pelos meus atos e principalmente, me mexer à qualquer custo. Eu precisava adotar uma nova versão da minha vida, fazer um pouco todo dia, parar com meus exageros, começar um esporte e escrever, mudar meus hábitos e principalmente meu mindset.

Parece fácil recomeçar e não é, você perceber e se responsabilizar pelas bobagens que cometeu, você encarrar que tem um enorme caminho pela frente, é assustador, desafiador e muito doloroso. A gente precisa deixar muito de nós para trás para poder crescer, e dói. Mas hoje eu acordei, levei minha filha na escola, coloquei meu tênis de corrida e finalmente dei o primeiro passo para essa nova jornada que eu quero traçar para mim, para minha filha, pro meu marido e pra minha família. Eu ainda não tenho ideia de onde tudo isso vai dar, mas eu sei que só por hoje eu escrevi, eu corri, eu venci.

Se mexer, movimentar, fazer alguma coisa já é o começo e pode ser o começo de algo extraordinário, quem sabe daqui a uns anos eu não olhe para trás, leia esse post e diga pra mim mesma, eu continuei vencendo. O processo é mais valioso que a destinação, afinal essa pode mudar.

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