Parece que a gente se auto-sabota o tempo todo, eu por exemplo sempre que volto a escrever no blog me animo tanto que quero impor metas impossíveis para mim mesma. Uma delas: frequência. "puxa Amanda, sem isso você não vai à lugar nenhum, precisa se organizar", esse comentário pode ser de alguém, ou eu mesma me sabotando, o importante é: faz sentido.
A frequência, constância, é primordial para qualquer tipo de trabalho, imagina que eu tenho um restaurante e só abro no dia que me der na telha ou no dia que dá? Não vai pra frente. Pior ainda, vamos dar o exemplo de um HOSPITAL , imagina se o médico só atender quando ele quer, ou deu ? Uau, ai complica.
Ser consistente, ser frequente , fazer um pouco cada dia é o que faz o muro da casa levantar , por mais que seja um tijolo só por dia, que seja então, é o que deu.
O problema da maioria não é fazer, alias, não sei, muita gente nem sequer faz, mas pra você que faz e não consegue manter constância, você se impõe metas, metas essas as vezes impossíveis de cumprir.
Por exemplo, eu to desde o inicio do ano falando que eu vou começar a fazer ginástica, quero emagrecer de um jeito saudável, até ai beleza. Mas o que acontece é que eu começo e já quero fazer todos os dias, já coloco essa meta no pau e óbvio, não rola, eu me frustro e fico me martirizando, me irrito, desconto na comida e blooooowwwww o efeito inverso ocorre. Viu? Metas impossíveis só pioram, não tornam você uma heroína do rolê que conseguiu atingir aquilo, não, só faz de você alguém que se mato para fazer algo que não estava acostumado , se conseguiu meus parabéns, mas garanto que é uma parcela mini micro, ou então durou 1 mês e depois já foi caindo na mesma, não fazendo.
Aprendi então a cobrar menos de mim mesma, ir com mais parcimônia para cima dos sonhos e curtir mais a caminhada, para quem não me conhece , não faz a menor idéia que só isso, só esse exercício de desacelerar e querer “menos" é humanamente impossível, para mim isso já é a meta, conseguir aproveitar a jornada.
Aposto que têm muita muié lendo e se identificando, chega no fim do dia antes de dormir e repensa as milhões de coisas que tem que fazer da escol “falta comprar fio dental, repelente, repor a natação, refogar a couve, tirar carne do freezer.. ah! Lembrando disso, tenho que ir ao mercado para comprar sabão de limpa forno, bombril , produto de limpeza… bom já que tem que fazer tudo isso melhor ir no atacado… hummmm, pensando bem foi melhor comprar no mercado livre. Ah é! Falando em mercado livre….” E isso é só o inicio do pensamento bola de neve de listas e mais listas que preciso executar para SOBREVIVER apenas, fora isso ainda tem , trampo de pública, trampo da Malapi, trampo da Malapão, trampo de ser mãe, motorista e cozinheira, pensar em tempo de qualidade com marido… cara não para, é INFINITO e no meio de todos esses já exaustivos hábitos preciso incorporar minha SAÚDE e BEM-ESTAR? Nem fudendo.
Levanta ai a mão quem nunca ? Ha ha ha . Todas com certeza.
A gente sobrevive e ainda ainda nos colocamos metas impossíveis, por isso pessoal, vamos lá, aproveitem a jornada e to falando real oficial merrrrmo minha mana, porque como já dizia… a vida é trem bala parceira.
Isso já gera em mim ansiedade, desacelerar me gera ansiedade e requer um esforço enorme, mas PRA MIM essa é a chave do meu bem-estar, desacelerar, elencar o que realmente é importante, o que precisa ser feito pra já, o que precisa ser feito perfeitamente e o que dá pra deixar pra depois. Quando eu voltei a escrever aqui não foi um motivo de resultados e conseguir seguidoras , não, pra mim é poder falar das minhas dificuldades e acertos para que outras mães se sintam à vontade de vir falar comigo ou que reflitam sobre isso.
Minha meta agora é abrir o hospital todo dia, ou a porta do manicômio ( estou sendo ultra irônica porque quem devia ir pro manicômio são aqueles que começaram a fazer nós pensarmos que precisaríamos ir, enfim, debate pra depois). Quero dar espaço para conversa, para se expor, para ser feliz e rir também e só falar merda, porque não? Nem tudo precisa ser denso né não?
Eu começo : sou mãe, empreendedora, cozinheira, borderline , adicta em recuperação, e você?
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